Tuesday, July 08, 2014

pastagens permanentes

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Boa tarde;

Li com bastante atenção e interesse o seu email, mas devo dizer-lhe sem rodeios que existem algumas cisas com as quais eu não concordo ...

Vamos então considerar pastagens permanentes com fertirrigação ...

A produtividade da pastagem depende então fundamentalmente de 4 factores:
- Água,
- Fertilizantes,
- Luminosidade,
- Temperatura.

-) No Inverno todos aqueles factores são limitantes: no Inverno a temperaturas e a luminosidade são baixas , o que dificulta o crescimento das plantas comparativamente à Primavera e ao Outono.
Geralmente, no Inverno temos água em demasia o que impossibilita uma correcta fertilização.

-) No Verão, a temperatura pode ser um factor limitante se fizer muito calor, mas isso é compensado pelo elevado numero de horas de sol ( luminosidade ), além disso, como não chove nós podemos controlar totalmente a quantidade de água e por consequência podemos fazer uma EXCELENTE fertilização ( fertirrigação! ).

MORAL DA HISTÓRIA ...
PARA MIM NÃO EXISTEM ABSOLUTAMENTE DÚVIDAS NENHUMAS ...
SOU ATÉ CAPAZ DE APOSTAR QUALQUER QUANTIA COM QUALQUER PESSOA!

ESCOLHENDO AS ESPÉCIES/FORRAGENS CORRECTAS ...
COM UMA BOA FERTIRRIGAÇÃO A PRODUTIVIDADE DA PASTAGEM NO VERÃO SERÁ SUPERIOR À SUA PRODUTIVIDADE DA PRIMAVERA E DO OUTONO!!!

VAI UMA APOSTA SR JOÃO PEDRO PEREIRA ... ???


Cumprimentos,
Vitor Monteiro.
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From: jppereira@fertiprado.com
To: vafmgr@hotmail.com
Subject: RE: fertirrigação - pastagens permanentes
Date: Tue, 8 Jul 2014 13:42:25 +0100

Bom dia,
 
Admiro o seu entusiasmo sr Vitor!
 
A questão é que os exemplos que vê ocorrem em zonas edafoclimáticas completamente distintas das nossas. Parece-me provavelmente serem vídeos gravados na América do Sul, provavelmente no Brasil onde o clima tropical e sub-tropical criam situações de calor e humidade completamente distintas das nossas.
 
Nós temos alguma desvantagem principalmente ao nível das temperaturas, ou seja, o frio do Inverno e as temperaturas acima dos 32 graus no Verão. Em relação à humidade havendo rega não é propriamente um problema produtivo, pode no entanto ser um problema económico se a água for cara.
 
No entanto nem tudo é mau, como lhe disse, pois as variedades de plantas que temos nas nossas condições edafoclimáticas têm uma qualidade superior às outras. Ou seja, produzimos menos quantidade de matéria verde, mas com mais qualidade, alimentando melhor os animais. Esta qualidade provém das leguminosas que tão bem se dão nas nossas condições. As leguminosas têm uma grande riqueza alimentar nomeadamente em proteína, ao contrário das plantas dos trópicos, que devido à sua natureza não são tão ricas em proteína e por isso os animais têm curvas de crescimento maiores, ou seja, crescem mais lentamente se não forem suplementados.
 
Estas consociações Fertiprado, ricas em leguminosas têm outra vantagem que é a fixação biológica do azoto atmosférico, ou seja, as leguminosas fixam azoto do ar e aproveitam-se para proveito próprio e disponibilizam-no para as gramíneas vizinhas, dito isto as adubações são normalmente reduzidas ao Fósforo, cerca de 60 unidades por ano, que podem ser aplicadas via fertirrigação ou não levando assim a que haja uma grande poupança em fertilizantes.
 
Em relação aos encabeçamentos é importante ter em conta vários factores e devem-se considerar, para medir correctamente o encabeçamento, o número de animais em pastoreio por hectare e por ano! Ou seja, o número de animais que podíamos ter em pastoreio se a produção de erva fosse constante ao longo de todo o ano. Como a produção não é constante, tem produtividades diferentes ao longo do ano, nomeadamente uma grande quebra no Inverno por causa do frio, uma grande produtividade na Primavera e Outono e um produtividade mais reduzida no Verão, principalmente se for quente. Dessa forma vamos ter alturas em que os encabeçamentos podem ser de 10 ou mais animais e alturas em que poderão só aguentar 2 ou 3. Isto também depende do tamanho dos animais, pois o encabeçamento tem a ver com a capacidade de ingestão dos mesmos (cerca de 2% do peso vivo por dia). Nos nossos prados mais produtivos, considerando uma produção de 18 a 20 toneladas de matéria seca por hectare/ano podemos considerar um encabeçamento médio de 6 cabeças normais, ou seja, bovinos de 600kg de peso vivo. Os encabeçamentos que fala serão com certeza encabeçamentos instantâneos ou são animais pequenos, pois 14 animais acho muito mesmo em países como o Brasil ou Argentina, e impossível em Portugal.
 
A melhor maneira de alimentar animais em erva nas nossas condições é sem duvida em prados compostos por leguminosas e gramíneas, com fertilizações com Fósforo e/ou Potássio (consoante as necessidades do solo), considerando um encabeçamento médio de 6 cabeças normais ao longo do ano, podendo no entanto aumentar este encabeçamento para 8 ou 9 animais se fornecer uma fonte externa de fibra que pode ser uma palha ou feno. Isto não quer dizer que não haja alturas do ano em que o encabeçamento possa atingir ou até passar 10 ou mais animais (normalmente na Primavera) mas tem que contar que, principalmente no Inverno, por força do frio mas também do pisoteio dos animais, os encabeçamentos podem baixar paras os 2 ou 3.
 
cumprimentos
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